OS PERIGOS DA TEOLOGIA RELACIONAL


Em conversa com um dos professores de Teologia da nossa ETADEC (Escola de Teologia das Assembléias de Deus de Cáceres-MT), pude ouvir pela primeira vez sobre a existência de uma nova teologia – o teísmo aberto ou teologia relacional. A partir daí apliquei-me à pesquisa para conhecer a fundo o significado, bem como o que propõe os teólogos relacionais. Creio que esse texto pode prevenir o leitor sobre os perigos desse movimento teológico e também instigar a pesquisa sobre o assunto.
No cenário evangélico de vez em quando surge um modismo teológico, e o mais recente é a Teologia Relacional. É um novo modo de ver as coisas relacionadas a Deus, proposto pela mentalidade fraca do homem alheia à iluminação do Espírito Santo e desprovida da comprovação das Escrituras Sagradas.
Teologia Relacional, Teísmo Aberto ou Teologia da Abertura de Deus são termos dados a uma mesma heresia popularizada pelos escritores americanos Greg Boyd, John Sanders e Clark Pinnock.
O auge desse tipo de Teologia se deu quando aconteceu a tragédia do tsunami na Ásia em dezembro de 2004. Naqueles dias várias questões foram levantadas a respeito do caráter de Deus, seu poder, seu conhecimento, seus sentimentos, seu relacionamento com o mundo e as pessoas diante das tragédias. Diante das perguntas foram apresentadas uma uma nova visão de Deus.
Fazendo uma crítica sobre a TR, disse Dr. Augustus Nicodemus Lopes, professor do CPPAJ: “A teologia relacional considera a concepção tradicional de Deus como inadequada, ultrapassada e insuficiente para explicar a realidade, especialmente catástrofes como o tsunami de Dezembro de 2004, e se apresenta como uma nova visão de Deus e sua maneira de relacionar com a criação”.
Essa nova visão de Deus estão nos pontos principais dessa teologia:
1. O atributo mais importante de Deus é o amor. Os demais atributos como: imutabilidade, onisciência e onipotência, devem ser reinterpretados para favorecer o atributo do amor.
2. Deus não é soberano. Deus se adapta à vontade e às decisões dos homens, e não pode realizar tudo que deseja.
3. Deus não conhece o futuro, porque o futuro não existe.
4. Deus se arrisca. Ele não sabia que decisões os anjos e os homens tomariam depois de criados.
5. Deus é vulnerável. Ele é passível de sofrimentos e de erros em seus conselhos e orientações. Seus planos podem ser frustrados.
6. Deus muda. Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo se arrepende de decisões tomadas.

No Brasil um dos maiores protagonistas da TR é o Pastor Ricardo Gondim, que em artigo publicado na Internet, argumentou:
- Deus somente conhece algumas dimensões do futuro.
- O futuro são está todo determinado.
- Nós cooperamos com Deus na criação do futuro.

Vejamos o que diz a Bíblia sobre Deus:
1. Deus é amor, mas também é justiça. (Dt 4.24, Hb 12.29) Todos atributos de Deus coexistem em equilíbrio.
2. Nenhuma decisão humana pode mudar o que já foi estabelecido por Deus. (Is 46.10). Devemos entender que há a vontade permissiva e a vontade soberana de Deus. O homem toma decisões e muda contextos até onde Deus permite.
3. Deus é transcendente (está fora do tempo) e não imanente (dentro do tempo) (Is 57.15). O tempo foi criado por Ele (Sl 90.2). Sabe de tudo antes de tudo acontecer. Não está preso ao tempo. (Sl 102.27; Is 46.10)
4. Deus não se arrepende e não muda (Nm 23.19, 20; Ml 3.6) Quando a Bíblia diz que Deus se arrependeu, é uma linguagem antropomórfica. Sl 102.27
5. Deus é soberano e onipotente. (II Cr 20.6; Sl 147.5; Is 14.27)

Devemos preservar a ortodoxia bíblica e defender a fé desses modismos teológicos que de vez em quando surgem e imergem muitas pessoas na confusão e cegueira espiritual.

Diante do exposto, podemos destacar alguns perigos que rondam os evangélicos:
1. O perigo da humanização de Deus. A teologia relacional faz as pessoas crerem em um Deus que é como o homem, falho, fraco, mutável, ignorante, vulnerável e limitado.
2. O perigo da deificação do homem. A teologia relacional eleva o homem ao mesmo nível de Deus, quando faz entender que o homem é co-construtor do futuro, ou seja o homem cria o futuro ao lado de Deus.

Esse tipo de teologia serve aos propósitos da Nova Era e do Anticristo que através do Falso Profeta estabelecerá uma religião mundial centralizada no homem e seus potenciais.

Que o Senhor nos guarde debaixo de sua graça e que os fundamentos da Sã Doutrina sejam preservados e ensinados nas nossas escolas e igrejas, afim de não virmos a perder a fé que uma vez foi dada aos santos.


Referências:

1. Augustus Nicodemus Lopes. Teologia Relacional: um novo Deus no mercado. 2005. www.ipb.org.br
2. Ciro Sanches Zibordi. Teísmo Aberto. Manual do Obreiro. CPAD
3. Ricardo Gondim. A teologia Relacional e a onisciência divina. 2007. www.arminianismo.com

Comentários

Silvanosouza disse…
Assim como a Teologia Relacional, diversos outros movimentos teológicos devem ser combatidos pela Igreja. Manter a ortodoxia bíblica, alicerçada em uma hermeneutica centrada nas escrituras sagradas sem dúvida nenhuma é a principal arma a ser usada contra estes neosacerdotes que se lançam no seio da igreja.

Postagens mais visitadas deste blog

O cordão azul e a manifestação do Senhor

O Ouro de Parvaim

O RIO JORDÃO E A ESPIRITUALIDADE DO CRISTÃO