Papa entrega o cajado



A notícia da renúncia do Papa Bento XVI no dia 11 de Fevereiro deixou o mundo católico em perplexidade. Até para quem não reconhece a autoridade papal fica um ar recheado de indagações. Porque? Porque um homem que se diz o representante de Cristo, o sucessor de São Pedro,  alega ser o corpo fraco o motivo de sua renúncia?
O líder máximo dos católicos revelou o quanto o ser humano é falho. As falhas sempre dominaram os detentores da infalibilidade. Será que não é hora da igreja nacional italiana acordar e fazer o mesmo entregando o domínio nas mãos de Cristo? 
Creio que o momento é oportuno para as reflexões. Será que a atitude do papa não está refletindo a decadência de uma igreja decadente espiritualmente? Será que sua atitude não é o reflexo do mundano espírito pós-moderno que exalta o compromisso com a individualidade em detrimento do compromisso com a comunidade? Será que entregar a direção geral de uma igreja é como entregar um departamentozinho dela?

O catolicismo romano é a igreja de Roma projetada e protagonizada pelo antigo Império Romano e que foi  edificada não em Cristo mas nos homens. Será que se pode orgulhar de uma atitude de um homem que renuncia? Qual será a glória da renúncia? A glória verdadeira não deveria ser morrer como os mártires cristãos morreram? O ápice do ministério cristão não é se entregar a ponto de morrer pelo ministério aos crentes? Será que estamos prontos a morrer pelo nosso ministério ao ponto de exaurirmos todas as forças de nosso corpo combatendo o bom combate como o fez São Paulo? 

Se um general abandona  o seu posto de comando numa batalha, seus comandados não encontrarão ânimo para o combate. Tal general jamais será digno de imitação. 
Será que os soldados de Cristo renunciariam ao seu posto? Creio que não. Cristo entregou até a última gota de sangue. Ele não renunciou o seu ministério  à sua noiva amada, nem renunciou a sua cruz. Ele não priorizou  a sua saúde, mas a saúde e a vida da sua Eleita.  Já pensou se ele renunciasse para preservar sua carne, onde estaríamos nós? Perdidos.

Nosso Mestre disse: Qualquer que procura salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á. "Lucas 17.33)

Salvamos a nossa vida quando a entregamos pelos assuntos Daquele que nos chamou da morte para a vida, das trevas para sua maravilhosa luz. É na morte que recebemos a vida. O amor de Cristo nos chama para entregar o que temos de mais precioso neste mundo - o nosso corpo para ser instrumento de Sua vontade. 




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